sábado, 30 de maio de 2009
Rios Caudalosos
Este é o rio Queve. Nasce na província do Huambo, atravessa o Kuanza Sul e desagoa no Oceano Atlantico, há escassas milhas do Porto Amboim. Rio caudaloso que conheci quando tive apenas 7 anos de idade, nas imensas e intermináveis viagens dos tempos do conflito armado, ao lado de minha mãe e irmãos.
Conheci o Rio Queve nos arredores do Bailundo, numa travessia à canoa em meio de uma manhã fria. Um frio que fez-nos companhia durante a noite que antecedeu a travessia, por termos chegado na margem esquerda as 21 horas de um dia de Junho de 1982.
Até chegar aquela zona, vi durante a tarde da viagem, uma linda paisagem que o rio descrevia do alto das montanhas da então região 25, dos vales, anharas, pantanos e ribanceiras que seguiam seu caudal, que misturado com o brilho de um sol de cacimbo, parecia uma estrada aslfaltada que se perdia numa Angola naltura atormentada pelo ribombar dos canhões.
Queve está situado numa região que não escapa ao olhos de quem viaja de e para o centro sul de Angola. Voltei a atravessar o rio Queve a canoa, em 2001, na zona da Menga, uma localidade que fica situada entre a cerra do Kapali no Cululu, e o cruzamneto do Kassongue, por sinal nãoo muito distante da ponte na estrada Huambo Kuanza Sul.
A última vez que vi o rio Queve foi justamente nesta imagem, numa travessia a caminho do Huambo para a festa de fim de ano de 2007.
Como o Queve, vi outros rios cuadalosos nas 15 das 18 provincias de Angola, por onde passei e deles farei noutras ocasiões.
Que saudade.
quarta-feira, 27 de maio de 2009
A cisangua
Contou-me o velho Benjamim Liwanhika, sobre a origem do termo Chissangua em Umbundu, uma bebida feita a base de água fervida com farinha de mliho para matar a sede e a fome.
De acordo com a narração do velho Benjamim, a bebida Chissangua foi assim denominada pelas velhas que a serviam aos hóspedes, caso a encontrassem, que em umbundu, língua materna do centro-sul de Angola dir-se-ia: te nda wa ci sanga- só se encotrares. Daí cisangua, que noutras regiões de Angola é conhecida por Kissangua, garapa , também semelhante ao maruvu da região norte.
No reino umbundu, a Chissangua pode ser fabricada com cana de açúcar, farinha de milho germinado(Songo ou sovo), Lupulo(mbundi), batata doce, mel ou açúcar para adocicar. Nalguns casos chega mesmo a tornar-se numa bebida alcólica, por fermentação dos ácidos e glicose, servida nos eventos(casamentos, aniversários e outras festas locais).
A Cisangua, pois em umbundu não se dobra o S, nem se usa o ch continua a ser uma bebida que alimenta bastante.
Lembra-me na época do cultivo levarmos bidons de 5L de Cisangua que aguentavam a maratona, antes do encerramento da jornada do campo. Antes e depois da refeição ela vem saciar a sede e a fome quando tem resíduos sólidos do milho partido(rolão), fazendo com que muitos substituam as refieções, ou a façam de café acompanhada de uma batata doce ou broa para o pequeno-almoço.
Em caso de malária, doenças diarréicas agudas e outras que deixam os organismos fracos, as velhas da terra(mães, tias, avós e outras) diante da recomendação médica de se ingerir muitos líquidos, aconselham a cisangua pelo seu valor nutritivo.
Os reservatórios mais usados são normalmente cabaças, muringues e bidons de 5 L com um tratamento apropriado. Para muitos, o Domingo é o dia favorito para ir visitar um parente e beber uma boa cisangua.
Quem me enviar a melhor Cisangua, terá prémio deste espaço www.kimboleitu.blogspot.com
Até lá
Bebam Cisangua com moderação.
sexta-feira, 22 de maio de 2009
Riqueza da cultura Angolana
"A nossa força está na nossa tradição e cultura" - fim de citação.
Por toda parte onde passo, nas viagens, no bairro, na cidade, na mata, nos cafés, cinemas, conferências, palcos, e outros, fico atento as manisfestações culturais e ao primeiro sinal delas, brota de mim uma sensação de conforto.
O nosso país em particular e a África em geral são ricos em valores culturais, desde os nossos ancestrais, valores estes que devem ser preservados.
A imagem do palhaço (kaviula do Huambo), na minha passagem para o fim de ano de 2007 nas terras de Wambu Kalunga, é uma prova desta riqueza cultural.
Quero fazer deste espaço um espaço de reflexãoo sobre os nossos valores culturais, onde são lidos contos da terra, divulgadas actividades e fotografias sobre a cultura.
Espero vos seja útil, contando com vossas críticas e contribuições.
"Kuata oko lu kuele, lika wove ci ku ponya" - A união faz a força, ou se quizerem, uma mão lava a outra.
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